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sábado, 5 de dezembro de 2009

As sugestões elegantes para a roubalheira



Nossos corruptos andam muito bobos ultimamente. Não podem ficar dando espetáculos deprimentes de cuecas e meias, maços de notas na mão.

Por isso, aqui vão sugestões elegantes de roubalheira. Neste Natal, uma boa ideia seria o corruptor entrar de Papai Noel com o saco cheio de dólares e o corrupto bater palmas: “jingle bells, jingle bells”.

Outra ideia natalina é em vez de dar a desculpas esfarrapadas “depois” do flagrante, já entrar com panetones recheados de grana e chocolate. Dá até para comer um pouquinho para as câmeras.

As mulheres devem ir de soutien, mas nada de meia taça. Soutiens tamanho grande, cabe mais coisa, e saem sorrindo com os peitões: “silicone”. E mais que tudo para parlamentares e governadores, debaixo do terno, meia calça. Isso, nada de ficar enfiando notas agachados nos sapatos, um gesto discreto e ‘pluf’, cabe muito mais. Meia calca é tudo.

Mas, agora falando sério. Os protestos em Brasília são o sintoma desesperado de que ninguém aguenta mais este cinismo impune. Nasce uma comoção popular.

O Supremo Tribunal Federal e os magistrados deste país tem de propor uma urgente reforma no judiciário. Chegamos ao limite da comédia. Agora é tragédia.

Antigamente o roubo era mais discreto



É tudo tão rico, tão farto, que o “que vergonha” não basta. Há uma estranha beleza nisso tudo. Temos de analisar a estética do roubo, da cumbuca, da mão grande.

Os atores estão bem. Na hora de pegar a bufunfa são cordiais e alegres. Depois mentem bem, não são canastrões. A mentira é calma, digna, não há rubores nem lágrimas.

Antigamente o roubo era mais discreto. Até que um famoso corrupto paulista cunhou a frase celebre: “10% é para garçom”. Ai tudo mudou. O vice-governador é acusado de querer 30% que esganação.

Antes, tínhamos a mala preta de dólares, depois veio à cueca e agora o cara enchendo as meias e dizendo: “botei nas meias porque não uso mala”. Acho que na cueca e meias é mais quentinho, sexualmente excitante.

E as desculpas? Como no mensalão: “ah, dinheiro de campanha!”. Mas, o Oscar da patranha vai para: “o dinheiro é para comprar panetones para crianças pobres”.

E é maravilhoso sabermos que, neste momento, há dezenas de políticos em todos os partidos vendo estas cenas e roubando sem parar. Eles sabem que a Justiça é cega e paralítica e usarão o “não, o não fiz, não sei.” E contam com a máxima inesquecível do Presidente do Senado: “o silêncio, a paciência e o tempo”.

A miséria latina sempre foi “culpa” dos Estados Unidos



Nenhuma palavra sobre o estado paralisado pelo patrimonialismo sórdido que nos atrasa. É fácil gritar: “somos vitimas dos americanos!”.

Com a Venezuela dos apagões diários, sem comida, com inflação crescente, o fascista Chávez redescobriu esta bandeira e manda em nós que obedecemos.

“Ah, nada de reformas essenciais! Vamos é chamar o cara que odeia a América, que financia os terroristas do Hamas, do Helsbolah, o cara que quer jogar Israel no mar”.

O pretexto do Brasil é “comercial” e dizem: “um dia teremos um comércio de 15 bilhões com o Irã”. Papo, isso é folga com a platéia internacional para bancarmos os “independentes”.

É mesma coisa aqui dentro: promessas virtuais e discursos futuristas em vez de realizações no presente. Temos um analfabetismo funcional, saúde em pedaços, alianças paralisantes e um explosivo absurdo fiscal?

Sim, mas não faz mal. Temos uma grande vitória lá no oriente, sentados no deserto, tem uns árabes barbudos e uns persas malucos nos respeitando!

Conseguimos dobrar os americanos



Vitória, vitória. Depois de sete anos de lutas conseguimos dobrar os americanos. Mais uma vez os gringos se dobram ante o Brasil.

A vitória é importante também para marcar uma posição nova na OMC, um exemplo de como emergentes outrora humilhados subiram de nível depois da crise econômica mundial.

Mas, porém, contudo não custa nada lembrar uma das frases mais famosas sobre economia, talvez o lema principal do capitalismo. É do economista Milton Friedman: “there is no free lunch”, ou seja, “não tem almoço grátis”, ou talvez, “não tem colher de chá”.

Por que? Porque a vitória é real dentro da política econômica mundial. Mas se os Estados Unidos obedecerem a proibição de subsídios ao algodão, não é preciso taxar seus produtos aqui.

É se os produtos americanos tiverem tarifas adicionais, o preço desses produtos importados vai subir para nós, consumidores. Ou seja, talvez seja melhor comemorar a vitória sem taxar os gringos senão, nós é que vamos pagar a conta do almoço. Sem sobremesa.